Não entrem em Pânico!

marvin is sad

De acordo com Douglas Adams, a ideia para o Hitchhiker’s Guide to the Galaxy ocorreu-lhe quando estava deitado bêbado num campo em Innsbruck em 1971,  a olhar para as estrelas, carregando consigo uma cópia do The Hitchhiker’s Guide to Europe. A sua ideia deu origem a uma série de rádio, uma (incorrectamente chamada) “trilogia” de cinco livros, uma série de TV na BBC 2, um filme de Hollywood, entre outras coisas. Se ainda não o fizeram, leiam os livros! É uma boa maneira de ocuparem o vosso tempo, ao contrário do mais recente filme.

Quando abrimos um novo hostel em Berlim em 2003 , chamámos-lhe “Heart of Gold” – inspirado pelo nome da primeira nave espacial equipada com o Gerador de Improbabilidade Infinita. Muitas das ideias de decoração do hostel foram inspiradas nos livros e série de TV.

Don’t Panic!

Por baixo dela havia uma imensa nave espacial, de 150 metros de comprimento, esguia como um ténis de corrida, perfeitamente branca e estonteantemente bonita. No centro dela, invisível para quem olhava de fora, havia uma pequena caixa de ouro que continha o aparelho mais alucinante jamais concebido em toda a Galáxia, que deu o nome à nave – um Coração de Ouro.

“Uau”, disse Zaphod Beeblebrox ao ver a nave Heart of Gold. Também, não tinha outra coisa a dizer.    E repetiu, porque sabia que isso ia irritar a imprensa.     “Uau.”

Construíram o gerador de improbabilidade infinita! Arthur, isto é… Arthur? O que está a acontecer?” Arthur estava a encostar-se contra a porta do cubículo, tentando mantê-la fechada, mas a porta não encaixava bem no vão. Diversas mãozinhas peludas espremiam-se por entre as frestas, com os dedos sujos de tinta; vozinhas agudas tagarelavam incessantemente. Arthur olhou para Ford.  “Ford!” exclamou ele, “Há um número infinito de macacos lá fora que querem falar conosco sobre um manuscrito que eles fizeram, uma adaptação do Hamlet.”

O gerador de improbabilidade infinita é uma nova e maravilhosa invenção que possibilita atravessar imensas distâncias interestelares num simples nadézimo de segundo, sem todas complicações e chatices de ter que passar pelo hiperespaço. Foi descoberto por um feliz acaso, e daí desenvolvido e posto em prática como método de propulsão pela equipa de pesquisa do governo galáctico em Damogran. Esta é uma história resumida da sua descoberta. O princípio de gerar pequenas quantidades de improbabilidade finita simplesmente ligando os circuitos lógicos de um Cérebro Subméson Bambleweeny 57 a uma impressora de vector atómico suspensa num produtor de movimentos brownianos intensos (por exemplo, uma boa chávena de chá quente) já era, naturalmente, bem conhecido – e tais geradores eram frequentemente usados para quebrar o gelo em festas, fazendo com que todas as moléculas da roupa interior da anfitriã se deslocassem 30 centímetros para a direita, de acordo com a Teoria da Indeterminação. Muitos físicos respeitáveis afirmavam que não admitiam este tipo de coisa – em parte porque era uma depreciação da ciência, mas principalmente porque eles não eram convidados para essas festas.

de: “The Hitchhikers Guide to the Galaxy” de D. Adams.